domingo, 7 de junho de 2020

Dor de Burro



Doeu. Mau, péssimo, só mesmo o mais importante, o resultado. Em tudo o resto, à exceção da finalização, estivemos francamente bem, talvez uma das melhores exibições da época e, de certeza, a melhor da era Daniel Ramos.
Assustaram um pouco os primeiros dez minutos, pela má entrada e pela dúvida em perceber se as opções iriam surtir efeito. Regresso ao 433, com Ackah atrás dos dois médios, Paulinho e Bueno; Costa e Fabiano a centrais e Neris a defesa esquerdo, Heri e Sauer nas alas. Sem bola estivemos bem, praticamente com uma linha de três mais Ackah à frente da defesa; mas foi com bola que mostramos melhorias assinaláveis, fruto do trabalho e da estratégia adotada, parece-me claro. A projeção ofensiva de Carraça, o jogo interior de Sauer, a 'intromissão' de Paulinho por aquelas zonas, proporcionou uma dinâmica muito produtiva ao lado direito; o jogo posicional de Bueno e Paulinho, entre as linhas média e defensiva do adversário, e tão poucas vezes visto esta época, permitiu-nos algo muito raro até sábado: criatividade e criação de oportunidades de golo em construção. Raríssimo esta época. Não foi perfeito, mas foi muito, muito positivo. Mesmo na segunda parte, toda ela de reação ao golo sofrido aos três minutos, mantivemos a estrutura organizada, sem exageros no jogo direto, conseguindo manter o domínio e o controlo perto da área adversária. A organização defensiva do adversário complicou, claro, mas foi ao demérito nosso na hora da finalização que devemos a falta de pontos. Foram muitas jogadas, chances, remates, para que nenhum tivesse sucesso. Umas vezes por azar (foram cinco aos ferros!), outras por falta de... jeito (não é, Heri?!).

Como disse acima, fica o sabor amargo da boa exibição, foi a nossa vez de perder como já algumas vezes pontuamos esta época: sem fazer muito por isso.

Individualmente, destaco dois jogadores:
Sauer, o mais rematador e desequilibrador. Não só por mérito dele, mas pelo coletivo que lhe proporcionou tempo e espaço para criar perigo.
Paulinho, finalmente a 'oito', ao lado de outro médio, outra grande exibição. Um pouco por todo o lado, forte no espaço curto, muito competente sem bola, sempre à procura da melhor solução de passe para a Equipa. 'Reforço' a sério, agora sem dúvidas.
Pela negativa: Heri dispês de três boas chances na cara do golo e zero... outra vez.
Cassiano parece ser bom rapaz, esforçado e lutador mas... é pouco. Goleador tem que matar e ele é só um gajo simpático, não chegou.
Ricardo Costa está ligado ao golo, apesar de nota positiva em quase tudo o resto. Aquele erro foi também fruto da [boa] intenção em saír a jogar, após o corte; tentou corrigir bem, mas aquele efeito na bola foi um bom exemplo do que os deuses queriam para este jogo. Paciência, acontece aos melhores.
Ainda no aspeto negativo: que foi aquilo, Fabiano?

Nota final para o Carraça, o nosso Capitão: uma das melhores exibições no plano ofensivo do nosso lateral, alguns cruzamentos com selo de golo, muita atitude, pena o penalty nos descontos. É só estúpido criticar o jogador e a escolha para bater o penalty, na minha opinião. Se foi ele, é porque certamente a Equipa achou que ele seria o mais indicado para assumir a responsabilidade, como é óbvio.


 Para Braga, dores de cabeça a dobrar. Com baixas em todos os setores (Fabiano, Ackah e Stoij), e contra uma equipa forte, veremos como vai ser o comportamento da Equipa. Pela amostra, depois da paragem, temos motivos para otimismo no que diz respeito a uma exibição bem conseguida. Pontos são precisos, apesar de não urgentes: dez pontos acima do Portimonense (27 em disputa), três equipas entre nós e a linha de água.


Força Boavista!

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